Comoção total foi o resultado de “Doze Anos de Escravidão”, adaptação de uma autobiografia publicada em 1853. Talvez nunca saberemos por que este relato tão contundente da escravidão nos EUA tenha ficado esquecido por um bom tempo, mas sua redescoberta foi uma das mais poderosas da literatura e da ética. O filme levou o livro de novo às listas dos mais vendidos e, graças ao cinema, entramos em contato com um testemunho tão importante e arrebatador quanto o de Anne Frank.
Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor) era um negro livre. Nasceu livre, cresceu livre, formou uma família e teve instrução primorosa. Isso tudo aconteceu perto de Nova York. Passada uma linha imaginária que separava os estados do Norte e do Sul, sua liberdade estava em risco. Mesmo na capital, Washington, sua liberdade estava em risco. Sabendo disso, dois homens o enganaram com uma proposta de emprego, o drogaram e roubaram seus documentos. Solomon foi vendido como escravo e, durante uma dúzia de anos, nada pôde provar que ele era um homem livre.
Aí começa uma sucessão de surras (com relativamente pouco sangue mostrado em película), provações e tristezas. Solomon conhece outros escravos, alguns que nasceram já nesta instituição dantesca, outros que tiveram, ainda que por um curto momento, o gostinho da liberdade. Solomon, agora chamado de Platt, atravessa rios e pântanos, muda de senhores algumas vezes, e finalmente passa 10 anos em uma plantação de algodão.
A prosa de Solomon Northup é de tirar o fôlego. Se Abraham Lincoln foi o maior homem do século XIX, Solomon merecia ficar em segundo lugar. Inteligentíssimo e autodidata, o violinista faz-tudo não merecia ter virado escravo. Entretanto, se esta tragédia não houvesse ocorrido, não o conheceríamos hoje e não teríamos sua incrível narrativa, com vocabulário rico e detalhes impressionantes.
Mesmo ganhando o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, o filme não faz jus a seu autor-protagonista. Sim, é impossível transferir todas as situações para as telas (a película já é longa, com 140 minutos), mas algumas delas teriam sua carga emocional quintuplicada se fossem mostradas no cinema, como a fuga pelos pântanos. Essa sequência certamente custaria centenas de milhares de dólares e seria demorada e perigosa para filmar, mas não custa nada imaginá-la inserida no filme.
Não é raro que uma única cena seja suficiente para conferir o Oscar a um intérprete. Isso acontece com Lupita Nyong'O, novata do cinema que brilha nos poucos minutos que antecedem o açoite hiper-violento sofrido por sua personagem Patsy. Não vi os trabalhos das outras atrizes indicadas na categoria, mas sem dúvida foi este monólogo de desabafo e enfrentamento que garantiu a ela o Oscar de Melhor Atriz e transformou Lupita em it-girl da temporada.
Como era de se esperar, o filme é bastante escuro e com uma paleta melancólica, típica das produções que retratam o período. Se você se emocionou com a história de Solomon Northup contada pelo cinema, dê uma chance para ele próprio contá-la a você. O livro é brilhante, mas não nos responsabilizamos se sua fé na humanidade for abalada pela leitura.
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