27 de abril de 2011

Entrevista - Luiza Salazar


Luiza Salazar é uma jovem escritora nacional que ficou conhecida recentemente por publicar o romance fantástico "Os Setes Selos" pela editora Underworld. O sucesso da obra vem servindo de estímulo para autoras e autores que também desejam ver seus livros publicados.

Gentilmente Luiza concedeu a nós uma entrevista via e-mail neste último dia 26 onde falou de vários assuntos; desde a recepção dos leitores as suas obras até sua responsabilidade perante os fãs e novos projetos.

Leia LiteraturaMuito obrigado por ter aceitado o convite do nosso site para esta entrevista Luiza. E então "Os Sete Selos" está de acordo com suas expectativas na reação dos leitores e dos críticos especializados?

Luiza Salazar: De nada! Bom, pra falar a verdade eu não tinha exatamente uma expectativa. Obviamente eu queria que as pessoas gostassem do livro, mas nunca fiquei pensando "acho que todo mundo vai gostar" ou "acho que todo mundo vai odiar". Eu estou muito satisfeita com a recepção do livro, tenho recebido críticas ótimas e comentários muito gentis dos leitores. 


Como você descobriu sua vocação para a literatura, principalmente tendo em vista que não é um mercado de trabalho nada fácil?


Eu não diria que tenho vocação, eu tenho mais um prazer enorme em escrever. Escrever pra mim é tão lazer quanto jogar bola é para outras pessoas. Eu me divirto fazendo isso. Muita gente, especialmente recentemente, vem falar dessa coisa de vocação e de ter um dom. Eu agradeço de coração, mas a verdade é que faço porque gosto. 


3-Escrever por encomenda seria uma opção que você aceitaria ou você crê que a escrita tem que vir do desejo sincero do autor de escrever algo?


Não. Sinceramente, a não ser que fosse algo para um amigo ou um projeto pequeno, eu não consigo escrever por encomenda. A história tem que vir de dentro de mim, de alguma ideia minha e não tem como forçar esse tipo de coisa. 


4-É fácil constatar que o seu gênero literário tem um viés mais moderno, mas você gosta ou foi influenciada por obras clássicas?


Eu sempre digo que fui influenciada por todos os livros que já li, e isso inclui algumas das minhas obras clássicas favoritas tipo O Retrato de Dorian Gray, Os Miseráveis e Drácula. 


5-Em Quais autores você se inspirou para escrever suas obras e o que falta ( se é que falta algo) para alcançar o nível qualitativo deles?


Uau! Eu não me inspirei em nenhum autor em particular mas eu acho que essa coisa de alcançar o nível qualitativo depende muito de maturidade e experiência. Cada autor tem seu jeito de escrever e algumas pessoas preferem esse ou aquele jeito. Eu faço o melhor que posso e procuro não me comparar com ninguém. Pessoas como o Tolkien por exemplo são naturalmente brilhantes, acho que é impossível chegar no nível deles. Hahahahaha. 


6-Hoje você é um exemplo para muitos que pretendem ser escritores no Brasil, como é lidar com esta responsabilidade?


Poxa, eu nem sabia disso! Hahahahha, mas nossa é legal demais saber que as pessoas podem se inspirar na minha história porque eu mesma já me inspirei na de muitas pessoas. Eu acho que lido com essa responsabilidade com seriedade. Se eu sou mesmo um exemplo, eu quero ser um bom exemplo e quero passar a ideia de que é legal e é muito possível acreditar nos seus sonhos. Eu sempre achei isso e sempre vou achar, então espero que os futuros escritores por aí tirem essa mensagem de mim! 


7-Pergunta clássica e obrigatória: Como uma pessoa pode ver seu livro publicado?


Bom, eu sempre respondo essa pergunta do mesmo jeito: confiança, perseverança e fé. Acredite no seu trabalho, faça o melhor que puder com ele e tenha a confiança de colocar ele no mundo. Esteja preparado pra lidar com rejeição, tanto por parte de editoras como por parte de leitores. Tem muita gente que vai tentar pisar em você e te puxar pra baixo porque tristeza adora companhia! MAs acredite em você e você chega lá! 


8-Sei que é uma pergunta que é complicado ser sincero, mas como é o tratamento da editora Underworld com você?



Felizmente, não é nada complicado pra mim ser sincera nessa pergunta. A Underworld é uma editora pequena, mas a Fabiana [Fabiana Andrade; Editora da Underworld] é uma pessoa de muita visão. Ela pensa grande, quer colocar os livros lá fora do melhor jeito possível e ela lida muito bem com as dificuldades. A Under tem me tratado muito bem, com muito carinho e eu sou sortuda de ter sido escolhida por eles. SIm, rolam problemas, mas eles estão começando e acho que com a visão que eles tem agora, eles vão longe. Se Deus quiser, com a minha ajuda! 


9-Você acredita que as demandas do mercado acabam prejudicando a qualidade dos livros ou uma literatura de qualidade sempre terá espaço?


Sim, sem dúvida. O mercado controla o que é publicado, porque infelizmente é um ramo que precisa de dinheiro, como qualquer outro né? Se eles acham que não vale a pena publicar livros de fantasia YA, ["Young Adult", termo que será explicado adiante pela própria autora] as pessoas vão deixar de escrever porque sabem que não tem chance do livro delas ser publicado. Um livro muito bom acaba achando espaço, sem dúvida, mas é bem mais complicado. 


10- Muitas pessoas preconceitualizam o seu modo de escrever taxando-o como "romance adolescente" o que você acha disso?


Eu acho que as pessoas tem mania de rotular as coisas. Eu não me importaria nem um pouco de ser taxada como romance adolescente se isso fizer os meus leitores felizes. Eu escrevo para quem gosta de ler histórias boas e isso independe da idade ou de qualquer outra classificação. Meus livros são classificados pela editora como Young Adult, que basicamente é faixa etária dos 16 aos 25 anos, mas tem gente de bem menos e bem mais lendo Sete Selos e adorando! 


11-Seu estilo literário é mais produzido no exterior, quais outras autoras e autores, além de você, podem ser considerados bons na área em nosso país?


Poxa, isso é complicado de responder porque eu mesma não li muitos autores nacionais do meu gênero. 


12-Qual a receita da inspiração, se é que existe?

Acho que não existe uma receita. Pra mim é não me pressionar, não ficar tentando demais escrever algo maravilhoso. O que me ajuda também é ir em lugares bonitos ou históricos, isso sempre clareia minha visão e me dá inspiração. Mas tem gente que se inspira dormindo ou tomando banho. Cada um tem seu jeito. 


13- Em setembro será lançado mais um livro de sua autoria, Bios, qual a grande diferença dele em relação a "Sete Selos"?

Bom, eu acho que Bios é uma livro mais dramático, menos fantasioso, mais maduro. A diferença principal foi que eu já tinha meio que provado pra mim mesma que conseguia escrever um livro então a pressão daquele primeiro trabalho já tinha sumido. São obras muito diferentes, mas que ainda tem meu estilo e minha assinatura. Espero que ambas sejam bem recebidas. 



14-Cite 5 livros que você consideraria obras primas para você e que recomendaria aos nossos leitores.

Hum, complicado. Obras primas eu teria que dizer Os Miseráveis, Tom Sawyer, Entrevista com o Vampiro, O Retrato de Dorian Gray, Senhor dos Anéis e Conde de Monte Cristo. Mas tem muitos outros! 


15-Pergunta temática do nosso blog: Por que Ler Literatura?

Porque não existe um jeito melhor de visitar o mundo todo (e outros mundos) do que ler. E porque ver o mundo pelos olhos de outras pessoas é sempre muito enriquecedor. 


16-Muito obrigado novamente Luiza, despeça-se dos nossos leitores falando um pouco dos próximos projetos e onde seus fãs podem conversar com você...

Bom, além de Bios que sai na Bienal eu estou atualmente trabalhando na minha primeira série que eu espero que seja uma trilogia. Pode ser que no futuro próximo venha também uma continuação de Sete Selos, mas não vou prometer nada.
Meus leitores podem sempre falar comigo via twitter (@lusalazar) por email (luiza.salazar1@gmail.com) ou via Formspring (http://www.formspring.me/luizasalazar1
Eu que agradeço!
Um abraço!


Foto: Montagem sobre imagens da editora Underworld


Ewerton Gonçalves

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