A Lola Benvenutti: com especial devoção.
Inquietude minha por não me permitir ler em paz sequer uma tarde!
Que diabras tens a meu favor, ou não, para ser invasora tão voluntariosa de meu quarto quase cela
Praticamente claustral?
Nada por enquanto.
Nenhum benefício para mim. Entretanto gostas de dar aperreios mil.
Só beleza tamanha de me queimar dentro...
Só beleza tamanha de me despir fora...
Mas até para registrar a tua beleza preciso registrar em paciência beneditina
Tua companhia cabulosa mas, infelizmente por vezes, atraente demais!
Tal registro tento por agora.
Tão parecida com Lola!...
Seios sem leite mas por mim apreciados ao me provocarem até vários desconcertos.
As tuas peças íntimas tiras aos poucos... Agonia dos infernos!
És uma diabra!
Tirar-te das minhas vistas desejo? Sim e não.
Sim quando minha consciência diz: "É tempo demais gasto com algo por enquanto sem relevância!"...
Não quando desces as peças ao chão e meus olhos contemplam o perigo de se ver
A visão beatífica sem qualquer preparo.
Vez em quando beijas outras,
Com atitudes que prefiro não registrar,
Em suma cântico dos cânticos,
E lá se vai qualquer possibilidade de dedicação
A coisas mais amenas onde me concentro para compreender bem não são só minha doce Lola,
Lira por agora,
Mas igualmente Carolina Belém.
Contudo... Por enquanto?
Sim.
Minha consciência lê Petrarca:
Sabe que Lola também se chama Laura.
Só que de tal Lola mais verdadeira,
Carne de minha carne,
Não só mera comparação portanto,
Também é de ler. E talvez ler bem. E de por vezes ir a Belém em Israel.
E de receber as boas vindas lá dos anjos nos céus cantando:
"Na Terra paz aos seres humanos de boa vontade!".
Quem deseja ler a beleza quer inclusive toda beleza para si
Na sua metafísica compreensão quase silente musicada nas altas esferas:
Boa vontade... Vislumbre por Lola nua.
Mas assim ainda me desconcertas!
Inquietude!...
Não és ao menos Lílite.
Lílite nunca mais será salva.
Mas tu, também uma Lola possível, só vem a ser uma diabra para nos dar o contraponto:
Pertence da busca dialética por onde contemplamos
Entre Vênus e Minerva seus amplexos mais desejáveis.
És anjo celeste na vera.
Vênus permite Minerva lhe surrar por vezes
Nas nádegas
Para tirar algo de prazer na dor.
Minerva permite Vênus lhe calar por vezes
Com ósculos
Para simplesmente degustar a realidade
Sem discurso:
Sem esforço?
Mas não nos esforçamos também para fazer amor?
E não amamos também "ousar saber"?
Hei de ler assim nas entrelinhas tal inquietação antes da noite chegar.
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