23 de abril de 2011

Fundação Futuro 1 - Crítica


Nos EUA aconteceu recentemente um evento extremamente recorrente no mundo dos quadrinhos: morte. Quase toda vez que alguma editora pretende iniciar ou terminar algo e quer gerar alguma noção de importância parece existir uma regra que estabelece que é preciso matar alguém, normalmente são personagens menores que tem apenas dois ou três fãs, sendo que 2 são provavelmente os criadores. Recentemente a morte que mais causou comoção foi a do Tocha Humana (oi?), membro do Quarteto Fantástico (aquele que pegava fogo para você que só assistiu ao filme), membro importante no universo Marvel.

Nós sabemos, porém, que mortes em hqs não costumam durar, é capaz que ele retorne daqui a um ano, porém a idéia é iniciar uma nova fase onde o Fantastic Four (quarteto fantástico) se torna Future  Foundation (fundação futuro) mantendo o "FF" mas iniciando o projeto que promete ser a representação de um novo paradigma na Marvel (o "Futuro" não esta ali à toa).

Pela internet pude ter acesso a primeira edição da hq, e como edições 1 são normalmente importantes e recordadas por muito tempo fiz questão de ler, porém a história é bem aquém de ser boa, basicamente ela mostra a chegada do Homem-Aranha (ele mesmo) para preencher a vaga de Johnny Storm (o tocha), segundo a Marvel não seria bem isso já que a nova FF é um grupo bem maior que 4 integrantes, mas o tronco primordial continua um quarteto com  o aracnídeo assumindo a posição do falecido.

O problema de introduções é que elas precisam fazer transições, aí acaba sendo obrigatório mostrar personagem a personagem, todos lamentando a morte do Tocha Humana de maneira pouco relevante, apenas para mostrar aos leitores que há uma preocupação e que todos não passaram simplesmente por cima da morte do companheiro. É claro que isso é obrigatório mas poderia ter sido melhor trabalhado sem qualquer dúvida.

Há um princípio de confronto também em dado momento, onde a nova equipe fica prestes a confrontar a IMA (idéias mecânicas avançadas) mas eles acabam se transportando e nada acontece realmente a não ser umas poucas bordoadas do Coisa.

O clima geral da edição é querer transmitir uma idéia de importância, uma concepção de que você está se deparando com um prelúdio de uma série de eventos de grande apelo, porém não é isto que se constata quando lê, pois é uma história arrastada, comprometida com a confusa cronologia Marvel e com vários personagens de pouca consideração. Porém a opção por uma narrativa melancólica é acertada e funciona bem, acaba prejudicando um pouco a impressão de relevância do evento mas em linhas gerais ao menos convence na proposta de deixar o acontecimento com ares de tristeza.

O grande destaque da edição, para mim, são as ilustrações nas diferentes capas que variam para aumentar o índice de vendas, elas sim passam a idéia de um novo início assim como os uniformes que estranhos como são a primeira vista, ajudam a transmitir a idéia de um novo momento. O FF das capas também ficou muito legal, diferente e adequado por trazer consigo a idéia de mudança pretendida, já nos desenhos propriamente ditos destaco sobretudo a capa que homenageia o antigo estilo dos quadrinhos de heróis (que ilustra este artigo), realmente lembra bem uma edição mais antiga e não sei se é só nostalgia mas parece que naquela época havia algo de especial  que demonstrava melhor o espírito "super-heróico".

Se essa nova formação vai vingar ou não é muito difícil dizer, tem lá o Homem-Aranha que normalmente vende bem e que por isso é um curinga usado pela Marvel também nos Vingadores, onde deu certo, já proposta de mudança, enquanto proposta ao menos, é interessante. 

Em suma, a primeira edição acompanha a pouca qualidade dos quadrinhos Marvel mas deixa nos otimistas esperança de um Futuro melhor.


Ewerton Gonçalves



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