17 de fevereiro de 2011

O Iluminado - Crítica


Recentemente me desfiz de preciosos 20 reais no intuito de adquirir uma das obras mais célebres do famoso autor de terror estadunidense Stephen King, o preço mais em conta deve-se ao fato de que era uma daquelas edições de bolso sem capa em alto-relevo, papel de qualidade ou qualquer uma dessas particularidades que acabam por encarecer um livro.


Na verdade admito que quando olho para autores que fazem sucesso na atualidade minha primeira pretensão é fazer alguma piadinha e evitar a leitura, mas como tratava-se de Stephen King e o livro havia inspirado filme homônimo e clássico do cinema "O Iluminado" resolvi me desfazer do meu pré-conceito receio.

Infelizmente a obra escrita era mais ou menos aquilo que a minha nem sempre sábia, admito, intuição me alertava, uma obra muito distante de ser um clássico de terror ou mesmo uma obra que demonstrasse qualquer qualidade a ponto de ser considerada clássico da literatura assim como é considerada no cinema .

A explicação é simples, a obra é rasa demais, King parece não ter domínio narrativo e terminológico suficiente  para construir as personagens de forma que identifiquemos elas como seres humanos complexos. 
O menino "iluminado", que tem essa denominação não por emitir luz e sim por ter poderes paranormais, é a personificação do clichê da criança boa e inocente que tem poderes descondizentes com a idade, o autor faz questão de em toda obra sublinhar que ele não entende certas palavras e expressões ainda que possa conseguir ver fantasmas e que tenha super poderes improdutivos (sim, ele vê gente morta).

O Pai, que fica descontrolado posteriormente, é o típico macho violento mas amoroso, até o vício que justifica a violência é habitual: álcool, a esposa é a dona de casa compreensiva que ama mas teme o marido enquanto fica preocupada com o filho (sim você já viu isso antes muitas vezes). 
E por aí segue toda uma torrente de personagens simplificados e que sofrem da mais profunda medicriodade. Porém o problema não existiria se ele mostrasse realmente o que era o "ser" medíocre, a questão reside no fato de que todos as personagens são tão trabalhadas quanto em uma novela atual.

Mas se ele é um célebre autor de terror o mais importante da obra é o terror (veja que conclusão brilhante), o problema (mais um) é que você não sente medo ou apreensão um momento sequer. Eu tenho segurança de que não é algo que eu creio, é algo que qualquer pessoa que leu não teria como negar. É tudo muito bobo e lançado, não há preocupação em criar atmosfera de tensão ou qualquer coisa do gênero, é simplesmente o fato contado com alguns adjetivos representativos, algo como "E de sua face escorria sangue e de suas mãos pendia o taco que descia e subia ao som de ossos se partindo" apesar de eu ter escrito isso é justamente assim que ele vai narrar as cenas mais dramáticas.

Agora a obra não é um horror (em todos os sentidos), ela pode ser melhor em traduções mais bem feitas (eu li um livro de bolso) e para quem quer uma leitura simples, fácil e para passar o tempo sem pensar muito é uma opção válida. 
Já para os que crêem em pessoas com poderes paranormais o livro deve ter alguns atrativos, afinal a história toma como base o entendimento habitual de como podem ocorrem fenômenos sobrenaturais.

As idéias de King, a história é de um hotel que quer se apoderar do menino iluminado neste caso, são interessantes, contudo ele não consegue explorá-las, com isso alguns filmes parecem ter captado essa boa intenção e conseguido fazer o que o próprio autor original não aparenta conseguir, torná-las arte.

Obs: A foto do emule e é a capa da versão que eu li.





Ewerton Gonçalves

5 comentários:

  1. Uma critica mais patética que a outra.
    Esse livro é um clássico do terror assim como o filme, porem que foi uma pobre adaptação comparada ao livro.
    O livro tem detalhes a cada paginas, pequenos detalhes fazem com que cenas simplíssima terem uma tensão sem igual.
    Você realmente não sabe o que é um bom livro, já entendi o porque do seu blog não tem muitos acessos e para minha infelicidade me deparei com ele.
    Quando você diz que a personalidade do garoto não passa de clichê, você deveria saber que esse clichês que esta nesse livro de 1977.
    Sendo que clichês na verdade são inspirados em livros como esse, que dão a origem a clichês de hoje em dia.
    O livro é um terror psicológico, e não foi escrito com o intuito de assustar o leitor, e sim leva-lo ao mundo recôndito do livro e mostrar a o que pessoas normais, são capazes de fazer em situações como essas. é um livro entra a ficção e a realidade que retrata a loucura de um pai alcoólatra, a preocupação de uma mãe, e a ficção sobre os poderes de uma inocente criança.
    Como qualquer pessoa sensata e com contexto sabe que de clichê esse livro não tem nada.
    Esse livro tem um tema comum, mas isso não o torna menos digno, e não o torna simples como você diz.
    Simples na verdade é a sua mente e seu discernimento sem capacidade de digerir o conteúdo de uma obra de arte como esta.
    Suas criticas são dignas de risadas.

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  2. Nossa você realmente é ocioso, acho que não há outra motivação para alguém ler e escrever tanto num blog que detesta...

    Faça um vlog com o título eu odeio qualquer coisa que você (e eu) ganhamos mais, comentários eu gosto mas construtivos santo Deus.

    Como já cansei de responder à você só fica registrado que próximas mensagens que contenham ofensas pessoais, sejam suas ou de quem for, serão excluídas...

    Ah, um blog que é bom com certeza e que tem poucas visitas mostrando que nem tudo que é desconhecido é ruim:

    http://wwwenquantopenso.blogspot.com/

    Favor não comentar lá, eu gosto da autora..

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  3. Olá!

    Bom, primeiramente gostaria de falar que discordo da crítica. Observo que você pegou King pelas pernas e o balançou para ver se cairia o que realmente falam ter dentro dos bolsos. Stephen King não aborda o horror em estado bruto, ele normalmente procura mistirar a ficção com o real, e temas como, por exemplo, o fascínio que muitos têm pelo sobrenatural, é algo comum a ser utilizado por ele.

    Os clichês que você destacou se formaram com o passar do tempo, mas já parou para pensar em quando o livro foi lançado? Já se passaram aaaaanos. Percebí tb que vc traçou um leve paralelo entre a obra de King e o filme O Sexto Sentido, levantando aquela clássica frase da obra fílmica, ''Eu vejo gente morta...''. Alô... O sexto sentido é algo recente, O Iluminado já tem mais de 30 anos. Não sei se foi proposital, mas pareceu.

    E acho que você simplesmente julgou Stephen King mal, pelo simples fato de ser um autor bastante conhecido pela massa popular. Acredito que tenha esperado da obra ação, rítmo frenético como uma bala, mas cá entre nós... King não é nada popular quando trata-se na estrutura da escrita. Não existe ''mediocridade'' na atitudes de Jack Torrance por ser viciado em Alcool ou outros personagens com seus problemas, a verdadeira literatura por si só traça um paralelo entre mundo real e ficção. Jack é a imagem esculpida de muitos no mundo real, inclusive de King, que sofreu muito no vício - Vale lembrar que King criou Jack pensando em si mesmo, como que para exorcizar os demônios do passado.

    Particularmente, o livro conseguiu passar aquilo que queria: o desespero dos personagens, seus temores, sua angústias, suas culpas e etc... Mas com a você a coisa foi diferente.


    Flw! o/

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  4. Olá pudimdecinema, obrigado pelo comentário opinativo e vamos as considerações sobre o que você falou que eu discordo um pouco.

    Inicialmente eu abordei o "terror" porque ele ficou famoso assim e busquei deixar claro que dentro do que pude perceber isto não procede dentro da narrativa quer tenha sido o objetivo do autor ou não.

    Quanto aos clichês eu já teria até esclarecido no outro comentário mas como o outro comentador havia se revelado um troll acabou que não respondi. O que eu quero dizer com clichê não é simplesmente algo repetitivo, eu quero dizer mesmo superficial, e essa superficialidade eu constatei em todos os personagens na obra. A concepção de King de uma criança, por exemplo, é de uma criança ideal e bastante plana e simplificada.

    Na referência a Sexto Sentido eu só quis deixar claro o que era o "iluminado" em questão, com tom irônico admito, mas não quis dizer que ele imitava o filme posterior evidentemente.

    Quanto a mediocridade do personagem não é culpa da bebedeira é sim responsabilidade de seu modo de ser em seus anseios condizente com ideais de uma massa e que carece de autonomia, além daquilo que já mencionei sobre a superficialidade.

    E justamente pela obra ser rasa acredito que ela não alcançou o intuito de passar todas essas nuances de comportamento no estilo relativamente pobre de King.

    Acho que era isso, de qualquer forma obrigado pela opinião, Abraço.

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