21 de fevereiro de 2011

Baixar Livros É Pirataria?

(É assim que você se vê? / foto: http://actual-k.blogspot.com)

Primeiro de tudo é bom deixar claro que o meu intento aqui não será submeter uma análise profunda sobre o tema, só pretendo sugerir alguns aspectos interessantes que cabem reflexão. Também não irei propor um debate baseado na legalidade judicial, até mesmo porque as opiniões colhidas por mim não são suficientes para gerar grandes conclusões.

Bom, sabemos que baixar livros que possuam direitos autorais não é tarefa nem um pouco complicada, é só ir no Google de todo o dia escrever "baixar" e pronto, vários sites surgem divulgando ofertas tentadoras de livros e todo tipo de mídia difícil de encontrar e cara para adquirir.

É muito complicado encontrar uma só pessoa que não tenha feito pelo menos um download irregular na vida, eu mesmo estaria mentindo se dissesse que sou esse exemplo de ser humano, não fosse a internet eu teria muito (realmente muito) menos acesso a toda produção feita no mundo, principalmente no que tange a mídias audiovisuais.

Agora eu, evidentemente, não me considero uma pessoa que cometa erro por fazer isso, primeiramente porque todas as coisas que eu retirei da internet dificilmente compraria ou teria acesso se não fosse a própria rede mundial, na verdade o caminho no meu caso costuma ser inverso, existiram diversas coisas que eu conheci na internet e que posteriormente adquiri produtos licenciados em virtude desta divulgação.

E é óbvio que isto não se aplica apenas a mim, todos os dias os downloads "ilegais" compensam um comércio globalizado deficitário. Minha cidade por exemplo tem o impressionante número de "0" livrarias e apenas algumas unidades de banca de revistas sendo que apenas UMA compra títulos recentes. Mesmo assim essa solítária banca que não tem mais que 4 metros quadrados traz para a minha cidade apenas uma fração mínima do que é publicado, e fração mínima entende-se os periódicos mais populares, ou seja, fofocas notícias, pornografia...

A Televisão então transmite o mínimo do mínimo da produção internacional de qualidade, aqueles que tem maior acesso tem que dar conta de pagar as altas taxas das televisões por assinatura, e mesmo assim está longe de ser perfeito, um bom exemplo foi o seriado "The Walking Dead", inspirado em um bom quadrinho homônimo que já comentei no blog,  a produção que estava na internet rapidamente teve várias partes cortadas quando transmitida na televisão nacional (por assinatura, claro), e obviamente passou bem depois do período em que chegou na rede mundial.

E não é apenas na internet que isso se dá, como frequentador de universidade sei o calhamaço de textos completamente descondizente com a situação financeira do estudante, e como as bibliotecas são bem aquém do que deveriam ser lá vamos nós recorrer de novo para as  chamadas cópias ilegais, incentivadas pelos professores na maiorias das vezes, afinal é um beco sem saída.

Por razões como essa me parece bastante complexo criticar as pessoas que fazem o trabalho duríssimo de, por exemplo, escanear ou mesmo traduzir um livro inteiro sem ganhar nada em troca, eu não sei como eu arranjaria tempo e disposição para tamanho esforço, mas pessoas que tem diversos afazeres diários encontram tempo com a única finalidade de ajudar outras que não tem como ter aquilo de outra maneira.

O que muitos chamam de pirataria hoje também está bem longe de ter o significado do termo original, primeiramente porque os piratas roubavam e cópia todos nós sabemos (judicialmente pelo menos) que não se trata de roubo, segundo que o lucro financeiro para vários divulgadores online inexiste, ou seja, para muitos a única motivação talvez seja estar estar ciente de que você faz um serviço importante para muitos, o que muitas pessoas não sentem nos diversos trabalhos alienantes atuais.

Bom, então pelo menos concluí-se que quem cobra está errado não é... Eu sinceramente também tenho minhas dúvidas, pois trata-se de um trabalho muito grande às vezes, pelo menos penso eu porque nunca estive disposto a fazer, quando o site é grande e o contingente humano reduzido, é  bastante complicado.

Evidente que minha posição nesse aspecto sempre inclinará a ser favorável a certo tipo de uploaders,  pois fiz uso das ferramentas que eles me dispuseram várias vezes e conheço muitos envolvidos com isso basta conferir quem são os parceiros deste site.

Fato é que quem escreve ou faz algo tem que ter direito sobre aquilo, outro fato é que quem não tem e não pode conseguir mas ainda assim precisa vai recorrer ao popularmente chamado "empréstimo global" (ok, não é chamado assim, acabei de inventar isso) que é a internet.

Para mim, esta é uma daquelas situações em que nenhum dos dois lados está errado em defender suas posições, ou seja, o melhor aqui, na minha opinião, seria um acordo entre ambas as partes que sinceramente não sei ser possível.

Apenas sei que enquanto minha cidade tiver 0 livrarias,1 banca e meu  dinheiro for mínimo vou continuar agradecendo a quem presta esse serviço considerado tão polêmico...



Ewerton Gonçalves

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