Um dos meus costumes é ler do dicionário duas páginas enquanto cago. Por cada vez duas. Salutar é pois tomo conhecimento quando largo miséria.
Talvez
alguém, ou boa parte do povo que me lê, pense que tediosa se faz tal
leitura... Pelo contrário: cada palavra dicionarizada deslinda
surpresas.
Um dos momentos que cá por hoje destaco vem a ser o susto que tomei com a definição da palavra "qualquer" no Dicionário Cultural da Língua Portuguesa: coordenação geral por um tal de Faissal El-Khatib.
Vamos a definição?
"QUALQUER, pron. indep. Qualquer pessoa entende isso".
Mas
que desaforo! Depois de ter tomado tal reação segui com minhas risadas
diante da definição ímpar e, portanto, surpreendente. Quem espera por
tanto?
Fui tirar até por instantes atrás, um pouco parando
de digitar este texto, minha dúvida se conseguia definição menos
esdrúxula. Certamente sei que conseguiria mas... É melhor conferir.
Estava tudo bem com Aurélio. Tranquilidade! Não levei desaforo dele que nem de Faissal.
Lembrei-me
dum livro por mim lido já faz bastante tempo de críticas às grandes
obras literárias mundiais. Um dos artigos tratava da maior enciclopédia
do mundo no quesito fama.
Sim: a francesa do suposto século das luzes europeu.
Destacava
tal artigo que muitas definições entremeadas nela por vezes são
esdrúxulas. Mas... Será que com o tempo vão deixando de ser tão?
Meu dicionário de sanitário vem a ser da década de setenta no século passado. Já meu dicionário senhor Aurélio? Dos anos dois mil.
Bem... Apesar de Faissal ser deselegante também é divertido.
Sim! As minhas entrelinhas dizem ser tão chato nosso tempo... Talvez o politicamente correto quem sabe? Talvez.
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