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| Editora Record |
Sinopse
Tintim é enviado ao Congo, a grande colônia belga da época. Uma série de peripécias o levam ao reino de Babaoro'm, onde ele torna-se ofeiticeiro nomeado. Por um jogo de cincunstâncias, ele se encontra confrontado com um bando de gângsters afiliados a Al Capone, que quer controlar a produção de diamantes. Naturalmente, ele consegue os deter e deixa o país pouco depois.
Muitos já devem ter ouvido falar da HQ Tintim na África (Tintin au Congo no original) que chegou a quase ser proibida devido ao seu teor racista. Recentemente resolvi reler a edição e na realidade a história jamais seria tão lembrada não fosse a polêmica.
O quadrinho possui as aventuras que consagraram o personagem, mas o desconhecimento de Hergé sobra a África propicia várias situações absurdas que tiram aquela toque de realismo que o repórter e seu cãozinho eternizaram.
No mais, a narrativa não tem grandes méritos alternando alguns momentos divertidos com outros corridos e desconexos. A impressão é que seria uma trama até razoável se o autor não conhecesse tão pouco sobre a África que retrata.
E o racismo? Está lá 100% aparente, principalmente se considerarmos que o Milú (como cachorro) é mais inteligente que todos os habitantes do continente sem maiores esforços. Até o traço dos negros (absolutamente caricatos) evidencia como era o pensamento à época (1931 na Bélgica) que Hergé reproduzia.
Tudo bem que é uma questão contextual, mas é difícil não se incomodar com Tintim se tornando o grande sábio e mestre dos simplórios habitantes do Congo (muito simplórios diga-se de passagem) sem suar. Aliás, todo líder de instituição que funciona por lá é um branco, pois os negros surgem tão rudimentares que quase só sabem falar "branco mal" e "senhor".
Menos importante, mas ainda incômodo para quem tem um apreço maior pelos animais, é o tratamento cruel de Tintim para com os coitados. O momento extremo provavelmente é quando ele faz buraco em um rinoceronte para colocar uma bomba dentro dele (!!!)
Assim, Tintim na África é uma história sem maiores brilhos que não funciona lá muito bem, mesmo não levando o racismo como deficiência. Agora desconsiderar o pré-conceito é um tanto desafiador, só que daquele tipo de desafio que não vale muito a pena transpor pois a trama quase sempre regular (com alguns poucos momentos interessantes) não vale o esforço.
É importante ressaltar que esta edição lida por mim é uma versão de 1975 da história original tendo alguns aspectos já minimizados, como, por exemplo, menos crueldade com os animais e Tintim menos colonialista (o Congo era colônia da Bélgica na época) .
2 de 5 (Regular / Fraco)


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