Especialmente dedico tal artigo para David Nóbrega
Temos duas línguas.
Nossas línguas idiomáticas são uma para cada ser humano. Quem é bilíngüe na verdade também uma tem: sua língua que lhe diz ao coração. Até poliglota! Contabilizamos então a primeira.
Que dizer da segunda? Língua de carne, maravilhosa, que nos faz falar. E bem exercitada sempre funciona como poderoso meio de mentir. Além, é claro, de contar verdades: raramente porém.
Tais línguas vez por outra têm seus encontros. E quando são igualmente desencontros? Um deles faz pouco tempo.
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Um encontro de línguas possível. Para quem é contra também. |
Por uma cartilha nossa língua portuguesa se deu com línguas maliciosas. O livro defende somente velhas idéias propagadas atualmente por quem leva ciência com seriedade. Quem há de negar as várias modalidades executáveis por quem usa qualquer idioma?
Mas apresentar tais modalidades é pecado. Só pela gramática, que destarte se torna verdadeira linguagem em detrimento do falar português, podemos dizer o que somos. Ao menos institucionalicimamente.
Sem comentários sobre nossas instituições sociais. É claro que perfeitamente cumprem o seu papel.
Com a realidade na lata do lixo duas vezes as línguas das bocas devem “pensar” antes de conjugar os verbos. E concordar com os seus pronomes respectivos. Ou quaisquer outras bobagens do gênero.
Bobagens? Sim.
A norma só nos serve de guia. Norma não é lei. Das instituições educacionais esperemos ensinamentos acerca do que vem a ser efetivo na vida. Também aguçamento da capacidade crítica de quem aprende por elas é preciso. Portanto se torna necessário conhecer a sociedade preconceituosa que nos rodeia.
Vejamos um Luís que nos diz frecha. Todavia dizemos flecha. Luís imbecil! Tão errado na grafia que nem eu na “correção”. Sabemos após isto de seu sobrenome: Camões. Eis um preconceito lingüístico. Para saber mais e melhor ver Marcos Bagno.
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Um tal de Luís |
Das línguas gramatiqueiras entretanto mais falatório! Numa sociedade desigual louvamos o papel das escolas como meio para se conseguir ascensão social. Mas ascensão precisa de sua contraposição...
Vamos cair na real?
Que nada!
Sem razão que nos resta fazer? Mentir. E propagar a mentira da melhor forma possível. Não só por meio das línguas se mente desbragadamente. Temos outros meios: os de comunicação.
Festa de línguas perniciosas! As clássicas alcoviteiras invejam em demasia suas adversárias midiáticas.
E com exercícios mais proveitosos às línguas carnais, desde trava-línguas até cunilínguas, preferimos o danoso: trocamos beijo de língua por bate-boca.
Pena de nossos idiomas que registram inúmeras asneiras!
Das besteiras cotidianas que culminam em imbecilidades sem previsão de término conseguimos a balbúrdia chamada mundo.
Fonte das Fotos: Sapphic Erotica, Wikipédia
Embora de tantas línguas se formem palavras, versos, ditos, desditos e cafajestismos sob cobertas ou mesmo à descoberta, com diz, há um guia.
ResponderExcluirVossa Mercê, vosmecê ou você compreende-se pelo rito: aqui um r, ali um m bem posto e acolá o saudoso s, em fenomenal sumiço plural. Belo? Não, não é. Permissivo, vez por outra abusivo, e aí chego ao meu ponto: a norma existe, porque com o passar dos tempos foi-se amoldando ao falar e dizer d´antanho. Um processo lento, assimilado paulatinamente e não debaixo do pau da força imposta. Ou seja: fala o povo, a língua viva (de todas bocas como as das fotos acima) impõe as mudanças, mas não pelo "bem maior social" e sim porque assim se dão as metamorfoses. Tempos de casulo, tempos de completa nulidade, maturando, para só depois ganhar ares de vivo.
O pretexto "politicamente correto" é falso. Dou outro nome a isso: curral, onde o povo gado não deve ser educado, pois isso seria perigoso.
Um abraço!