1 de maio de 2011

O Código Da Vinci (Dan Brown) - Crítica


Escrever para vender se aproveitando daquilo que sabia escrever, este foi o intuito de Dan Brown que nunca negou almejar o sucesso de suas obras mesmo que isso não viesse acompanhado de uma história que prezasse pela qualidade. Porém os seus thrillers de ação nunca chegavam a ter reconhcimento em escala mundial, tudo mudou, porém, com a chegada de "O Código Da Vinci" onde a polêmica religiosa virou a melhor peça publicitária que o autor poderia sonhar.

A trama trata de uma conspiração religiosa que envolve desde o Vaticano a ordem religiosa Opus Dei, que até então era bem pouco conhecida. A partir daí temos as obras do grande Da Vinci (que fazia de um tudo) que servem como peças do quebra-cabeça enigmático que envolve o leitor a ponto de ele ser conquistado pela obra lendo-a quase que compulsivamente em alguns casos.

É notório que há mistérios dentro de algumas instituições do catolicismo, e as obras de arte de Da Vinci também parecem esconder mais detalhes do que se pode constatar numa observação rasa, todavia Dan Brown usa essas pequenas "inconsistências" para a retirar as conclusões fantasiosas ( e interessantes até certo ponto) que podem ser lidas no decorrer da obra. Mas, como se trata de uma ficção nada pode-se falar  deste aspecto, e mesmo que aparente que as polêmicas geradas pecam pelo descomprometimento com a verdade em prol do lucro nada fundamenta que tal prática não possa ser adotada.

O problema de Brown é apenas o problema típico de todos os que escrevem tendo em vista o interesse como norte; falta de sofisticação narrativa, o que deixa a obra atraente é sua atmosfera de suspense temático centrado na religiosidade, o que aumenta o interesse. Fora isso a obra é frágil, seus personagens são pouco cativantes e um tanto quanto superficiais em seus dramas que não se desenvolvem bem diante da grande conspiração que desvendam.

Como entretenimento o livro funciona bem, gera interesse fazendo com que os capítulos passem sem sentir muito, fora algumas passagens que parecem meio desconexas ou excessivamente explicativas como se fosse vilões de cinema que incompreensivelmente gastam longos minutos explicando o desenvolvimento de seu plano maléfico, e isso , para mim, é uma das demonstrações mais clássicas de que que a não narrativa desempenhou bem o papel que lhe era devido.

"O Código da Vinci" é como uma novela de proposta interessante (que não há mais hoje em dia), prende o leitor mas não chega a impressionar pela qualidade, criatividade, profundidade ou nada disso, mas funciona enquanto entretenimento, e como a proposta é em seu cerne apenas isto torna-se uma opção válida, apesar de haver melhores.

Ewerton Gonçalves

[2 de 5]

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