15 de abril de 2011

Super Interessante (Revista) - "Crítica"

(foto: Edição de Abril de 2011)

Revista sobre ciência mais vendida do Brasil, a Super Interessante motivou muitos e gerou interesses em assuntos aparentemente complexos para pessoas leigas graças a sua linguagem simples e atraente que ainda assim continuava mantendo o compromisso com a informação.


O Problema é que a Super enxergou que o sucesso poderia ser maior se investisse em assuntos da moda e abusasse ainda da mais da simplificação, porém a linha que divide a simplicidade da superficialidade é extremamente tênue, e infelizmente parece ter sido o engano que a revista cometeu nestes últimos anos, mais ou menos a partir da saída do redator-chefe Adriano Silva.

Na época de Silva constatou-se que assuntos como religião geravam número de vendas impressionantes, mas, mesmo explorando assuntos popularescos permanecia o compromisso com boas matérias, claro que a mudança já era clara, a revista que no seus primeiros anos era centrada na divulgação científica agora tinha como principal preocupação comentar assuntos que gerassem interesse no maior número possível de pessoas, ainda que fossem temas clássicos e que mesclassem gêneros científicos que eram anteriormente secundários como história, geografia, psicologia e até filosofia (que por muitos nem sequer trata-se de ciência.)

A partir daí a abordagem de temas "quentes" acabou evoluindo para a polêmica pela polêmica, matérias de  como "O Fim do Mundo Começou", "Deus Existe?", "Darwin, O Homem que Matou Deus" são alguns poucos modelos de matérias que que usavam de meias verdades abordados de forma sensacionalizada. A edição citada que fala do Fim do Mundo atribuindo a culpa ao aquecimento global foi um bom exemplo de descomprometimento com veracidade,  foi contrariada por outras edições que possuíam matérias que colocavam dúvidas na existência do fenômeno enquanto que a matéria anterior abordava o tema como verdade inconteste.

Por fim muitas matérias hoje em dia são lotadas de ilustrações e curiosidades e os textos tem se tornado mais escassos e menos informativos, a revista Super atualmente pode ser considerada basicamente uma publicação de assuntos científicos curiosos onde exageros são habituais e não raramente recebem caráter indevido de verdade.

Apesar disto tudo a revista ainda é interessante (não é super como antes, mas é interessante), divertida de se ler e pode fazer hoje o mesmo que fez com gerações anteriores; gerar o interesse pela ciência em públicos que dificilmente teriam contato por meios tradicionais.

É pena que este não seja o melhor momento da Super Interessante, mas ela é ainda uma boa opção de leitura e divertimento, e eu, como pessoa que gosta e se interessa por ciência, devo muito a esta revista que acompanhou minha formação durante muitos anos. Vida longa e próspera para publicação, na torcida de um improvável futuro com retomada de alguns dos conceitos antigos.


Ewerton Gonçalves

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