O Pequeno Príncipe - "Crítica"

É difícil aliar qualidade e simplicidade e estas sempre foram as palavras-chave para a constituição de um livro infantil ideal. O Pequeno Príncipe é um exemplo de que por mais que seja complexa a tarefa de unir essas duas características é algo que, se realizado com rara competência, pode se tornar uma obra-prima que transcende faixas etárias e diferentes estados de maturidade intelectual e social.

Quem já leu este livro, e gostou, sabe bem do que eu estou falando; Exupéry traz em suas palavras coloquiais significados tão profundos que se assemelham a uma poesia na propriedade deste gênero literário de condensar muito em poucos, e aparentemente despretensiosos, termos. A viagem do pequeno príncipe por entre os mundos tão instigantes quanto metafóricos envolve o leitor de uma maneira extremamente competente e prazerosa.

É difícil ficar muito tempo lendo a obra já que ela é muito curta e todo capítulo que acaba você tem vontade de ler o seguinte, não que eles sejam entrelaçados como nos best-sellers onde onde você parece empurrado pela constante sensação de que um fato inacabado será concluído se você ler o capítulo seguinte, é no entanto um sensação que provém da qualidade e facilidade da leitura que faz o leitor prosseguir quase sem nem perceber, lendo e refletindo.

A honestidade e a ingenuidade do principezinho trazem um otimismo em meio a críticas sociais constantes que estimula a crença na humanidade e ajudam a nós leitores a relembrar o que é a infância em seus ideais, em toda sua bela e saudosa pureza que hoje em dia cada vez parece não ter mais lugar.

Quem me vê escrevendo assim até pensa que eu sou otimista e acredito num mudo mais belo e ingênuo, mas não poderiam estar mais enganados, todavia ao ler O Pequeno Príncipe é quase impossível não se encantar com uma narrativa tão simples, tão boa e que tem tanto a dizer, obra-prima infantil sem dúvida alguma, mas é sobretudo um livro muito recomendado para qualquer ser humano.

Ewerton Gonçalves