Quem conhece o russo Dostoiévski a algum tempo sabe que o autor é conhecido por tratar a dimensão trágica e melancólica da humanidade com raríssima capacidade. As personagens apresentadas enfrentam os mais diversos problemas típicos de misantropos, odiadores da sociedade ou simplesmente de indivíduos excluídos dela.
Noites Brancas, que devido a curta extensão não parece um livro e sim uma história dividida em períodos do dia (em geral noites) tem grande parte das qualidades que consagraram o escritor russo; descrições precisas e uma notável capacidade de captar a alma de um ser humano; o drama na obra é personificado na figura a do protagonista que, como era de se esperar, tem sérios problemas de sociabilidade.
Até que uma certa noite ele conhece uma jovem mulher e é aí que começa o desfile da vivências tristes e de romances melancolicamente esperançosos, tudo muito sutil e em ritmo lento, não há acontecimentos que causem muita comoção em si,só longos dialogos e reflexões, exceto o final é claro, que pode surpreender alguns mas que deve soar esperado àqueles acostumados com o estilo de Dostoiévski.
Noites Brancas é sem dúvida uma boa história, seu diferencial é uma inclinação claramente mais romântica, mas certamente não é o trabalho mais profundo do escritor e em nenhum aspecto se destaca como melhor representante de alguma das qualidades de Dostoiévski, mas, sem nenhuma dúvida é uma obra que merece ser lida, se você é admirador do autor (como eu) então é leitura obrigatória.
Ewerton Gonçalves
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