19 de março de 2011

Eu, Robô (Isaac Asimov) - Crítica

Quando se menciona o nome Isaac Asimov já fica difícil não associá-lo a ficção científica, também não são raros aqueles que associam o nome deste autor estaunidense ao conceito das três leis da robótica, leis estas que surgem justamente em "Eu Robô"

O Livro na verdade é formado por 9 contos, que apesar de terem histórias independentes possuem total ligação entre si e demonstram a evolução paulatina entre os primeiros tipos de robô existentes com mecanismos de rudimentares de fala e intelecto até as tecnologias mais recentes (tudo ficcional é lógico).

Sem mais delongas o livro é muito bom pois carrega consigo várias qualidades necessárias para uma obra que pretenda ser competente neste gênero.

Primeiro de tudo é a coerência, mesmo que inventada a história não é absurda, toda ela é traçada por um caminho lógico humano muito possível, uma vez adotada a prerrogativa ficcional a leitura segue num ritmo irrepreensível, os pensamentos e projeções que Asimov faz são impressionantes, não bastasse ele ter inventado a noção genial das três leis da robótica ele ainda faz questão de demonstrar insuficiências e questionamentos que seriam falhas ou efeitos contrários das leis que aparentam ser perfeitas. Ainda que muitos filmes tentaram dramatizar ao buscar um rompimento consistente destas leis ninguém até hoje, que eu conheça, conseguiu criar situaçãoes em que isso ocorreria com tanta razobilidade como nos quadros que Asimov imagina.

Por fim cabe ressaltar o caráter de atualidade da obra mesmo depois de mais de 60 anos desde sua primeira publicação; mesmo aquilo que se refere a tecnologia não aparenta ser algo hoje obsoleto como em muitas demonstrações do suposto futuro vistas em mídias antigas por aí. Claro que em muitos casos há inconformidade e ingenuidade da parte do autor ao ter ignorado a presença de um ou outro desenvolvimento moderno, mas isso não chega a contaminar significativamente a obra.

Talvez o unico ponto negativo a ser ressaltado é que Isaac Asimov não é um grande escritor em termos de habilidade com gramática e semântica em geral, os contos que são narrados de forma direta preferem transmitir as noções de uma maneira que se aproxima do jornalístico, ou seja, ele abdica de tentar explorar conceitos sutis em uma narrativa mais envolvente em prol de passar o recado que ele deseja de forma direta.

Claro que a dimensão da personalidade das personagens não é completamente abandonada, mas fica bem menos desnvolvida do que a ficção científica em si.

Posso dizer que Asimov talvez não seja um grande escritor mesmo escrevendo bem. Apesar de demonstrar domínio da língua "Eu Robô" possui uma linguagem árida e não  muito desenvolvida, contudo tais problemas ficam em segundo plano quando se está diante de uma ficção científica genuína e dificilmente tão bem mostrada quanto nesta obra.

Mesmo se você não for fã do gênero mas não odiar o mesmo poderá ler e gostar, pois tanto as reflexõs quanto o desenvolvimento dos contos são interessantes. Agora se você se enquadrar entre os verdadeiros admiradores deste viés narrativo (ficção científica) "Eu Robô" e suas bem contadas e interessantissimas histórias são praticamente essenciais.


Ewerton Gonçalves

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