Um desafio dos tempos modernos para pais e professores: como fazer com que as crianças aprendam brincando, de acordo com a teoria educacional em voga? As meninas americanas têm boas aliadas na hora de aprender história: as bonecas da linha American Girl, que não tardaram a virar livro e, claro, filme, sempre mostrando uma mocinha vivendo um momento histórico especial. A autora Valerie Cripp foi a responsável por passar para os livros as aventuras dessas meninas. Apesar de um pouco moralista e infantil, “Kit, uma garota especial”, cumpre com a proposta de trazer de volta à vida personagens da década de 1930.
As bonecas foram criadas em 1986, sendo vendidas junto com um livro contando a história de cada pré-adolescente de acordo com o ponto de vista de cada uma delas. O negócio se expandiu e, além da criação de várias outras histórias com as meninas, surgiram também revistas, acessórios, mobílias e outras bonecas que expandiram o mercado consumidor por serem feitas à semelhança de meninas de outras etnias.
Margaret Mildred (apelidada de “Kit”) Kittredge é uma garota de dez anos sem grandes preocupações. Ela vive no início da década de 1930 e seu maior anseio é ver um artigo seu publicado no jornal da cidade. No entanto, quando a crise econômica abate sua família, ela deixa de sonhar para ter de enfrentar uma realidade mais dura. Seu pai sai de casa para procurar trabalho em outra cidade, enquanto a mãe se vê obrigada a transformar a moradia em um pensionato.
Embora Kit sofra com algumas mudanças, como ter de usar vestidos feitos de sacos de comida ou aguentar as provocações dos colegas de escola, ela enfrenta bem a nova realidade. Seus novos companheiros ajudam porque são bem simpáticos: há um amigo da escola e a mãe dele, um mágico e seu assistente, uma professora de dança paqueradora e uma mulher desajeitada que tem uma biblioteca itinerante. Os dois jovens funcionários da casa também são amigos de Kit, embora eles enfrentem uma realidade muito mais dura: a de sem-tetos, sempre acusados de roubo, vagabundagem e invasão de terrenos.
A protagonista é interpretada por Abigail Breslin, jovem atriz que ficou famosa após estrelar a divertida produção “Pequena Miss Sunshine” em 2006. A mãe de Kit é interpretada por Julia Ormond, que no mesmo ano esteve em “O curioso caso de Benjamim Button”. Entre os coadjuvantes se destacam os conhecidos Joan Cusack e Stanley Tucci. Este foi o primeiro filme de Willow Smith sem a companhia do pai, Will.
Antes de Kit, outras bonecas da coleção ganharam vida nas telas não do cinema, mas sim da televisão. A atriz Julia Roberts foi a responsável por produzir todos os filmes. O filme de 2008 foi a quarta adaptação para o cinema das histórias das bonecas e também o primeiro cujo roteiro foi independente das histórias já publicadas. O cuidado com figurinos e cenários é evidente, passando sempre a ideia de transportar os espectadores para o passado, com destaque para a trilha sonora só com músicas da década de 1930.
O filme recebeu várias críticas positivas e muitas pessoas elogiaram a coragem e o bom coração da protagonista. Kit, como muitos aspirantes a escritor, segue seu sonho com persistência, mas deixa-o de lado por um tempo quando a situação econômica fica difícil e quando alguns roubos começam a acontecer na vizinhança. Ela se preocupa com os meninos sem-teto que trabalham por perto e com o bem-estar de seus amigos. Não apenas as meninas podem aprender história com o filme, mas nós também podemos tomar grandes lições de valor com Kit Kittredge.
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