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Editora Panini Comics / DC |
Quando se pensa em grandes sagas da DC Comics não é difícil lembrar do grande arco capitaneado por Denis O' Neil e Neal Adams que colocou os mais famosos heróis esverdeados da editora numa jornada pelos EUA.
A narrativa justamente tem como argumento mostrar os problemas reais de um país desigual. Para tanto, O' Neil se utiliza do Lanterna Verde como figura contrastante, já que o portador da arma mais poderosa do universo sempre esteve muito preocupado com questões intergalácticas esquecendo os problemas de sua própria nação.
Assim, o Arqueiro Verde propõe que os dois (e um guardião de OA) saíam em jornada para conhecer os EUA real à bordo de uma caminhonete nada super-heroica. A intenção clara é trazer a narrativa das histórias em quadrinhos para a realidade cotidiana, afinal de que adianta tanto poder destes super-humanos se eles não conseguem combater os males que povoam o cotidiano da sociedade.
Essa prerrogativa alimenta vários bons momentos onde os heróis se deparam com problemas do dia-a-dia como injustiça social, pré-conceito, abuso de poder... Tudo isso temperado pelo bem desenvolvido comportamento impulsivo do Arqueiro Verde e pelos dilemas constantes do Lanterna.
Aliás, os conflitos morais de Hal Jordan ocupam papal crucial na história. Sempre que tem de fazer seu juramento para recarregar o anel, ele salienta como os problemas que está enfrentando lhe são estranhos e a conclusão, reiterada à exaustão, é sempre de que o mundo é cinza e não preto e branco como ele julgava outrora.
Mesmo as tramas que ocorrem em outros planetas guardam óbvia analogia com os problemas da terra, revelando uma notável preocupação em gerar reflexões a partir dos assuntos abordados.
A história assim tinha tudo para ser ótima, porém muitos temas acabam não sendo bem trabalhados no espaço curto de cerca de 20 páginas por edição. O resultado são narrativas que querem expressar muito, mas que acabam por não construir o "clima" necessário para convencer o leitor.
Essa dificuldade fica evidente na alternância sensível de momentos muito bons com outros corridos e um pouco artificiais. É possível compreender as boas ideias, mas elas normalmente se mostram trabalhadas aquém da aparente ambição de O' Neil.
Ainda assim é uma HQ indiscutivelmente boa, levantando questões muito interessantes (inovadoras para a época) e mantendo um nível de ação justificada que não deixa o leitor entediado.
Se a história já vale a compra, a arte de Neal Adams é ainda melhor com um domínio anatômico invejável passando o realismo que a trama tanto ambiciona. Há páginas e quadros realmente muito bonitos, todavia mesmo os menos inspirados conseguem ser competentes em transmitir aquilo que o momento pede.
Grandes Clássicos DC Lanterna Verde / Arqueiro Verde Vol. 1 é desta forma uma reunião de legítimas boas histórias que poderiam ter sido ainda melhores. Mas, mesmo não alcançando todo o potencial, ainda é um item recomendável aos apreciadores do gênero e praticamente obrigatório aos fãs de um ou de ambos heróis.
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